ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 05-10-2000.

 


Aos cinco dias do mês de outubro do ano dois mil reuniu-se, na Escola Menino Deus, a Câmara Municipal de Porto Alegre, nos termos do artigo 7º, § 1º, do Regimento. Às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear a Semana do Menino Deus e os vinte e cinco anos da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus - ASSAMED, nos termos do Requerimento nº 141/00 (Processo nº 2385/00), de autoria do Vereador Jocelin Azambuja. Compuseram a MESA: o Vereador Nereu D’Avila, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; a Senhora Alzira Dornelles Bán, Presidenta da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus – ASSAMED; a Irmã Jandira Alliati, Vice-Diretora da Escola Menino Deus; a Senhora Sílvia Benedetti, Vice-Presidenta do Grêmio Literário Castro Alves; a Senhora Maria Inês Doutrelepont, Diretora da Escola Estadual de 1º Grau Euclides da Cunha; o Vereador Jocelin Azambuja, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Jocelin Azambuja, em nome das Bancadas do PTB, PT, PPB, PMDB, PSDB e PFL, externou sua satisfação em participar da presente solenidade, destacando o caráter atuante e participativo da comunidade do bairro Menino Deus junto à sua Associação dos Amigos e Moradores, registrando o transcurso dos setenta anos da Escola Menino Deus e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador Nereu D’Avila, em nome da Bancada do PDT, parabenizou o transcurso dos vinte e cinco anos da ASSAMED, ressaltando também ser o objetivo da presente solenidade a comemoração da Semana do Menino Deus e destacando as diretrizes pedagógicas adotadas pela Escola Menino Deus como exemplos de medidas voltadas ao aprimoramento da educação. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, afirmou a justeza da homenagem hoje prestada por este Legislativo à Semana do Menino Deus, discorrendo sobre a importância da contribuição de diversas entidades para a formação deste bairro e ressaltando a atuação da ASSAMED para a preservação da história cultural dessa comunidade. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Alzira Dorneles Bán, que agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo à Semana do Menino Deus e ao transcurso dos vinte e cinco anos da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus - ASSAMED. Após, a Senhora Alzira Dornelles Bán procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de exemplares dos livros “Grêmio Literário Castro Alves - Edição Comemorativa dos 40 anos de Fundação do GLCA”, organizado pela Senhora Sílvia Benedetti, e “Tempos & Costumes - Aurora da Vida” de autoria de Rafael Bán Jacobsen, e, à Senhora Jandira Alliati, de cópia do regulamento do Concurso de Poesia e Monografia Glênio Peres, promovido pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e quarenta e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Nereu D’Avila e Jocelin Azambuja e secretariados pelo Vereador Jocelin Azambuja, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Jocelin Azambuja, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Saudamos a todos os dirigentes, alunos e amigos da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus - ASSAMED. Esta Sessão Solene é destinada a homenagear a Semana do Menino Deus e os 25 anos da ASSAMED, nos termos do Requerimento nº 141/00, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja.

Convidamos para compor a Mesa a Prof.ª Alzira Dornelles Bán, Presidenta da ASSAMED; a Irmã Jandira Alliati, Vice-Diretora da Escola Menino Deus; a Sr.ª Sílvia Benedetti, Vice-Presidenta do Grêmio Literário Castro Alves e a Prof.ª Maria Inês Doutrelepont, Diretora da Escola Estadual de 1º Grau Euclides da Cunha.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Queremos registrar que, além dos 25 anos que a ASSAMED comemora, esta Sessão Solene faz parte, também, de uma proposta do Ver. Jocelin Azambuja, que criou a Semana do Menino Deus, e obteve apoio da totalidade dos membros da Câmara Municipal.

Então, nos termos do artigo 7º, § 1º, do nosso Regimento, dentro dessa Semana, a Câmara Municipal desloca-se da sua sede para fazer a comemoração neste colégio, a Escola Menino Deus, que completa, neste ano, 70 anos de existência. Colégio esse de larga tradição na nossa Cidade, inclusive tradição de conteúdo altamente democrático, eis que há poucos dias proporcionou aqui um debate entre candidatos representantes de diversas facções político-partidárias que concorriam, no primeiro turno, à Prefeitura de Porto Alegre. Informaram-me que foi muito profícuo, muito eficiente e muito proveitoso para os senhores e senhoras alunas que puderam assim já exercer o seu direito de cidadania.

Portanto, em nome da Câmara Municipal, cumprimentamos a ASSAMED pelos seus 25 anos e, a nossa saudação, também, à Escola Menino Deus, por seus 70 anos de existência. (Palmas.)

Concedemos a palavra ao Ver. Jocelin Azambuja, proponente dessa Sessão Solene, que falará pelas Bancadas do PTB, PT, PPB, PMDB, PSDB e PFL.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje é um dia muito especial para nós e para a própria Câmara Municipal de Porto Alegre, porque um dos momentos importantes da Câmara, dentro das suas funções, é estar próxima da comunidade.

O Bairro Menino Deus é o primeiro bairro, o mais antigo de Porto Alegre, com uma história e uma tradição toda especial, do qual eu tenho orgulho de ser morador há mais de vinte e um anos. Tenho orgulho também de participar da comunidade e de conviver aqui com essa comunidade que é extremamente atuante, positiva, que participa de tudo o que existe na nossa Cidade, através da sua forma de organização que é a sua Associação do Bairro, que hoje, para felicidade e orgulho nosso completa 25 anos. No dia 03 de outubro foi a data do seu aniversário e hoje nós fazemos a comemoração solene neste momento.

Também lembramos aqui o 70º aniversário da Escola Menino Deus, que junto com a nossa Igreja Menino Deus, é um símbolo de tradição do nosso bairro e nós escolhemos justamente que a Sessão Solene fosse realizada numa escola do bairro com a presença dos estudantes, num horário que sabemos não ser muito fácil para todos, mas que possibilita aos professores e alunos estarem presentes. Eles, que serão, quem sabe, os futuros Vereadores, representantes da sociedade em seus diversos setores, para que pudessem vir e ter esse contato direto com a Câmara Municipal de Porto Alegre.

Nós vivemos um momento, também, importante e necessário, em que a educação, de uma maneira geral, sofre todas as agruras da realidade que vivemos. A educação, mais do que nunca, precisa de apoio. Nós temos uma profunda responsabilidade com o futuro desses jovens, e se nós não soubermos assumir essas responsabilidades, se os governantes, em todas as esferas, não souberem assumir essas responsabilidades, nós não estaremos dando futuro a eles. Os nossos professores das escolas públicas, de maneira geral, hoje, sofrem profundamente com a realidade da educação. O momento em que nós vivemos nas nossas escolas municipais, enfrentando um estudo por ciclos, sem nenhuma discussão com a sociedade que, de repente, quer ser implantado em nível de escolas estaduais também. A sociedade tem que estar alerta. Não pode simplesmente se atirar nessa linha que não representa nada de avanço, nada de evolução em termos educacionais.

A educação é algo de muita responsabilidade e não pode ser tratada, ideologicamente, por grupos que se alternam no poder, porque somos poder num dia e no outro dia não somos mais. Somos Vereadores num dia e noutro dia não somos mais. Isso faz parte da vida, cada um de nós e, até há pouco, conversando com o Ver. Carlos Alberto Garcia, lembrávamos que hoje somos Vereadores, mas, na verdade, eu sou Advogado, o Ver. Garcia é Professor, amanhã não somos mais; ele continua, eu não continuo. Então, isso faz parte da caminhada, mas nós estamos Vereadores. Não somos donos de nada, mas passamos por um momento, uma fase e é importante que cada um cumpra de forma positiva o seu papel nessa sociedade.

Então, essa homenagem hoje representa o reconhecimento da Câmara Municipal de Porto Alegre - e muito bem lembrava o Ver. Nereu D’Avila, que preside os trabalhos nesta Sessão Solene - que esta Sessão Solene foi aprovada por unanimidade e, por unanimidade, também, a idéia de inserir a Semana do Menino Deus no Calendário de Eventos da Cidade de Porto Alegre. Portanto, a Semana do Menino Deus estará na história de Porto Alegre, consignada como um fato marcante e importante na vida da Cidade, como assim tem que ser.

Agradeço, realmente, a oportunidade que a comunidade me deu de poder estar na Câmara Municipal de Porto Alegre, de poder prestar essa homenagem à Associação do Bairro Menino Deus e à Associação – a ASSAMED – da qual eu participo há tantos anos. Além da honra de ser associado e poder participar, de forma efetiva, como membro dessa comunidade e poder também fazer essa reflexão com os nossos professores, com os nossos estudantes, porque sempre a minha trajetória, a minha caminhada foi pautada pela educação e eu vou continuar sempre lutando pela educação, porque é a única coisa que eu acredito, realmente, que possa dar futuro a esta Cidade, a este Estado e a este País. Sem educação, não somos nada. Sem educação, não há sociedade que avance. Sem educação, não há sociedade que cresça. Por isso é que a nossa caminhada vai continuar permanente, sempre lutando pela educação.

Enquanto vivermos, enquanto tivermos um pouco de energia, um pouco de forças, vamos lutar, para que nós tenhamos comunidades fortes, educação forte e uma sociedade atuante realmente para que se fortaleça a democracia, tão fundamental para todos nós; esta democracia tão necessária para todos nós e que nós precisamos fazer com que evolua, para que esses jovens possam ser alguém amanhã, possam ter uma oportunidade de futuro, para que os professores possam se orgulhar de serem professores e não tios ou tias ou trabalhadores em educação, mas serem professores de fato, respeitados, considerados e colocados no lugar que a sociedade deve dar-lhes como justo e necessário: a participação na sociedade na condição de professores.

Luto para que a nossa sociedade avance, para que a nossa sociedade cresça, e agradeço a Deus por esse momento tão importante na minha vida de poder fazer esse momento histórico no ano 2000, de homenagear o Bairro, de homenagear a minha Associação, e a minha comunidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Solicito ao Ver. Jocelin Azambuja que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Jocelin Azambuja): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra pela Bancada do PDT.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fiz questão de comparecer a essa Sessão Solene para congratular-me, em nome da Bancada do PDT, com a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus, pelos seus 25 anos de existência, e, como já referi também, pela tradição que esta escola tem dado à Cidade de Porto Alegre. E como parâmetro, há poucos dias, abriu suas portas para o debate democrático e para a abertura da visão dos alunos para irem solidificando, cristalizando as suas opiniões ideológicas, político-partidárias, enfim, o fortalecimento da cidadania.

Enganam-se - e falo aos senhores alunos e senhoras alunas - aqueles que dizem aquela famosa frase: “Política, futebol e religião, eu não discuto.” Não se trata de discutir, não se trata de arrefecer ou solenizar as questões; trata-se de, aos poucos, amadurecer-se a pluralidade democrática. Eu vejo aqui muitos jovens que, se consultarem seus pais, verão que, neste País, já houve uma época em que não havia debates, a imprensa era proibida de manifestar-se, havia censores na imprensa. A matéria ia para os jornais e havia censores militares nos jornais, que diziam: “Isso vai; isso não vai.” Ora, isso é antidemocracia. Graças a Deus, vocês estão vivendo uma plenitude democrática, exercendo na sua magnitude. Para quem não passou momentos, como nós passamos, há poucos anos, talvez não seja tão importante esse debate que está acontecendo em diversas capitais brasileiras com o segundo turno.

Mas, quero referir-me principalmente ao objetivo da homenagem. Essa homenagem acontece por dois motivos: a comemoração da Semana do Menino Deus, que foi uma feliz proposta do Ver. Jocelin Azambuja, porque enseja a esse bairro, como ele disse, de larga tradição e um dos mais antigos da Cidade e onde eu tive o privilégio de morar durante mais de vinte anos, e ainda moro nas cercanias, portanto, pertenço ainda - como disse D. Alzira - que às vezes me inclui, com muita honra - e eu quero continuar sendo incluído, assim como o Ver. Carlos Alberto Garcia, a Ver.ª Clênia Maranhão que moram aqui perto - na luta que esse bairro tem dado demonstrações, pela sua Diretoria da ASSAMED, cujos membros eu saúdo também, além da Presidente Alzira Bán, da própria Dr.ª Sílvia Benedetti, da Leila e toda a Diretoria.

Só para dar um exemplo, foi outra consignação de alta envergadura democrática o embate, que a ASSAMED deu, mobilizando esse bairro totalmente em relação a não-construção do Sambódromo nas cercanias do bairro. Foi uma discussão até acirrada, mas que demonstrou a garra da representatividade da Associação, da Diretoria, dos seus componentes, dos seus sócios, dos moradores do bairro. Que eu me lembre - eu moro há muitos anos em Porto Alegre, sou representante popular há muitos anos também na Câmara - não houve uma mobilização de um bairro tão forte, tão uníssona em defesa daquilo que o bairro achava que era do seu interesse.

Não estou discutindo o mérito, se havia razão de uma parte ou outra, porque a discussão ficou de uma tal maneira acirrada que já partiu-se, como se costuma fazer, às vezes, para outras tangentes, como racismo e coisas que absolutamente não existiam. Existia uma luta aberta, franca, democrática dos moradores de um bairro que têm o direito não só à sua cidadania, mas também àquilo que o bairro acha que é conveniente ou não para si, simplesmente isso. Isso deveria existir em todos os bairros. Lá na Av. Assis Brasil, perto do Viaduto Obirici foi instalado um enorme supermercado, aliás multinacional, da Rede Carrefour, uma rede que domina o mundo, e, pelo o que eu sei, o bairro ficou em silêncio. Os próprios comerciantes que vão ser prejudicados, porque um grande supermercado daqueles vai prejudicar os pequenos comerciantes, não se mobilizaram. Problema deles! Respeitamos, mas, nesse teor, o Bairro Menino Deus deu uma demonstração de união de tal monta, que depois que cessou a discussão, que, pelo menos por ora, foi para a Justiça, andando pelo bairro, verificava-se nas janelas o adesivo. A discussão foi tão profunda que os moradores chegavam a colocar nas janelas a manifestação da sua contrariedade.

Essa luta, da ASSAMED, eu cito essa porque foi a mais forte, a mais transparente e que deu uma demonstração para a Cidade, já que há pessoas aí que proclamam que os problemas devem ser discutidos, devem ser levados para uma discussão transparente, então vamos discutir todas as questões da Cidade com a mesma transparência, com a mesma profundidade.

Portanto, a nossa saudação aos 25 anos da Associação e aos 70 anos desta Escola tradicional. É uma data muito forte, porque é mais de meio século de existência, de aprimoramento, de ensino para muitas gerações. Quantas gerações certamente já passaram por essa escola, por essas paredes, por professores, aprimorando sua educação.

Esses são os motivos pelos quais a Câmara Municipal de Porto Alegre tem-se deslocado para os colégios comemorando datas importantes. Isso também, é um avanço da nossa Câmara Municipal, para que ela não fique inserida em quatro paredes sem a repercussão, sem a participação - aí sim verdadeira - dos moradores, daqueles que não podem deslocar-se até a Câmara; a Câmara desloca-se para o bairro.

Parabéns ao Ver. Jocelin Azambuja pela iniciativa. Parabéns à Associação pelas lutas travadas nesses 25 anos, dos quais a Dona Alzira, nos últimos anos, tem sido a líder, mas evidentemente junto com a Diretoria, com o Conselho, junto com os próprios moradores, que nunca abandonaram as lutas da Associação.

Fica aqui, então, em nome da Bancada do PDT a nossa satisfação por esses 25 anos de grandes lutas, grandes conquistas e de grandes embates, que só ajudaram a fortalecer aquele regime, que nós queremos que permaneça para sempre, que é o mais justo, que é o mais aberto, que é o regime democrático. Parabéns e felicidades! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Concedemos a palavra ao Ver. Carlos Alberto Garcia, que falará pela Bancada do PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É motivo de alegria estar nesta tarde confraternizando com o Bairro Menino Deus, um bairro que eu tenho um carinho muito especial, pois foi aqui que eu nasci. Eu vinha pensando, hoje pela manhã, o que iria falar; sobre o que eu poderia falar do Menino Deus? Imediatamente, veio a imagem do Colégio Euclides da Cunha, e eu dizia agora para alguns alunos: “Com muito orgulho fui aluno do Colégio Euclides da Cunha.” Naquele época só tinha até a quinta série do antigo primário, fiz todo o primário no Euclides da Cunha, e fui para a Rua Botafogo, onde é o Colégio Presidente Roosevelt hoje, e que naquela época era o Infante Dom Henrique. Lá fiz o ginásio e o científico e tive a Dona Alzira como Professora e Diretora.

A Dona Alzira é uma daquelas pessoas que tem-me acompanhado sempre. Muitos anos depois de concluir o científico, quando fui fazer Educação Física – e, de 1973 até 1996, eu trabalhei no CETE, Centro Estadual de Treinamento Esportivo, só saí dali quando fui eleito e ali fui Diretor durante muitos anos. Tivemos a oportunidade de criar a ACETE e, junto com a Dona Alzira, nós tivemos uma luta muito forte, mas não conseguimos êxito. Foi por ocasião da instalação do CIEP, que a comunidade não queria; brigamos, lutamos, mas, infelizmente, foi instalada uma escola que, no nosso entendimento, não havia necessidade, pela inúmeras escolas até hoje existentes naquele local, e esse colégio poderia, talvez, ser instalado numa outra comunidade que necessitasse mais.

Mas, também, vinha lembrando que eu morava na Rua Dona Augusta, estudava na Escola Euclides da Cunha, comecei a minha vida desportiva no Sport Club Internacional, fazendo atletismo e basquete, e todos os dias dava uma fugida até o Grêmio Náutico Gaúcho, que era o clube que eu freqüentava.

Eu tinha duas missões por dia: era buscar o pão na Padaria Modelo, aqueles pães italianos que dava para toda a família e como o meu pai era ligado à polícia, eu tinha que ir até a Cooperativa, na Lima e Silva, e andava de bonde, e parada era exatamente aqui aonde era Igreja Menino Deus.

Aqueles mais novos nem sabem, mas as lembranças nos calam muito porque cada um de nós tem a sua história de vida. E a nossa história é composta por pequenos momentos de alegria, de tristeza, mas, o somatório é o que vale. É um mundo construído de amigos, um mundo que ficou no dia-a-dia, e até hoje nós temos um grupo de amigos de infância do Bairro Menino Deus, que se reúne em função de um barbeiro que tinha na Rua Silveiro com a Miguel Couto, popular Capiva. Ainda hoje nos reunimos. Nós já colocamos em nossos almoços, duas vezes por ano, mais de 170 pessoas, todos em função de um time de futebol, que era o Maracanã em homenagem a uma empresa de ônibus que transitava no bairro e que nos levava para jogar em diversos locais. Ainda hoje, tem quatro gerações de pessoas que fazem parte. Então é um lugar com quem eu estou intimamente ligado. Não moro mais no bairro mas a minha mãe, com setenta e oito anos, ainda mora aqui no bairro. Então, é mais do que justo homenagear esse bairro.

Lastimo e tenho saudade, porque eu sou um eterno saudosista, de ver que não existe mais a igreja. Eu tenho certeza, Dona Alzira, que se a ASSAMED existisse naquela oportunidade, essa igreja não teria sido derrubada. Digo isso com toda a convicção, porque aos poucos a nossa população se conscientizou também que nós temos que ter memória, e triste é o povo que não tem memória. Isso é importante para o resgate da nossa história.

Então, jovens estudantes do Euclides da Cunha, representantes do Bairro Menino Deus, saibam que vocês estão localizados num bairro especial, num bairro que tem história, que tem pessoas que se preocupam com a cidadania e, principalmente, um bairro que diz o próprio nome: Menino Deus. E quando se fala em “menino”, se fala em alegria, em bondade, em caridade e solidariedade. É isso o que, cada vez mais, nós precisamos neste mundo: o espírito da fraternidade. Isto, Dona Alzira, tenho certeza que a Senhora sabe incutir muito bem, pois alguma coisa a Senhora deixou dentro de mim. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): A Professora Alzira Dornelles Bán, Presidenta da ASSAMED, está com a palavra.

 

A SRA. ALZIRA DORNELLES BÁN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não sou muito admiradora de voz de mulher em microfone, portanto, peço desculpas desde agora, porque acho que voz de homem é mais bonita. Mas, já que estou com esta missão, vou dizer algumas palavras, e acho que vou dizer demais, mas, em todo caso, peço desculpas.

O nosso Bairro Menino Deus, realmente, é o mais antigo, como bairro de moradores, e se formou em torno da Igreja Menino Deus, que iniciou uma igreja em estilo gótico. Os únicos lugares do mundo em que Jesus-Criança não se chama Menino Jesus é na Ilha Terceira dos Açores e aqui, no Bairro Menino Deus. Na Bahia não há nenhum igreja com esse nome. Existe uma pequena capela, em São José do Norte, com esse nome.

Há questão de dois anos fiquei pensando: a nossa Associação tem de fazer a sua história ficar mais bonita, dentro do Bairro e dentro da Cidade. Fizemos uma pequena pesquisa para instituir um troféu, onde a igreja também era citada, e todos diziam que a igreja deveria participar do troféu. Bem, eu havia estado num almoço com portugueses, uns meses antes, e sentei ao lado da Cláudia Stern. Conversei com ela sobre uma série de coisas, inclusive sobre o meu desejo de instituir o troféu para o Bairro. Nesta ocasião fui na sua casa. Por parte materna, ela é descendente da família Corrêa Lima, histórica no bairro. Então, perguntei-lhe sobre o que achava que deveríamos fazer como símbolo representativo do Menino Deus. Resposta: a igreja. Resultado: o nosso troféu é uma miniatura, em estilo gótico, da igreja, em torno da qual se formaram, primeiro os portugueses, depois os italianos, e, posteriormente alguns alemães, aqui no bairro. É em cobre, alto relevo em dourado, num pedestal de madeira.

Na terça-feira, dia 3, dia em que a Associação completou seu 25º aniversário, fizemos um jantar, muito simples. Peço desculpas porque não tivemos condições nem de dinheiro nem técnica para fazer o convite por escrito, e convidamos aqueles que conseguimos convidar oralmente. Pensávamos em reunir setenta pessoas e foram cinqüenta. Na hora, chovia muito, faltou luz duas vezes, mas fizemos o nosso jantar e entregamos, neste ano, oito troféus. Começamos no ano passado.

O que é uma comunidade? Esta é uma definição minha, sou bióloga, e tem saído no nosso jornal assim: “comunidade é o local de convivência dos contrários, com amor e fraternidade”.

Eu conheci o Ver. Nereu D’Avila numa Assembléia-Geral, na Escola Presidente Roosevelt, quando a Presidente da ASSAMED era a Professora Glaci Bressani. Ele morava na Rua Marcílio Dias e participava muito da Associação. Daquela época até agora, várias vezes temos nos encontrado, inclusive o Vereador já nos deu a honra de ir na nossa casa, num evento português. Havia quarenta e oito pessoas naquele jantar. O Ver. Carlos Alberto Garcia foi meu aluno, mas, vejam bem, eu era Diretora, então é difícil gravar todos, e um dia ele me encontrou e disse que havia sido meu aluno, e lembrei-me dele.

Acho, até, que fui meio autoritária quando professora. Por quê? Porque disciplina não é tirar a liberdade do indivíduo; disciplina é organizar a sociedade. Vejam bem, o bairro é a célula social do País; a família é o núcleo. Se cada bairro se organizasse, a cidade inteira estaria organizada; se todas as cidades se organizassem, o Estado estaria organizado; se todos os estados se organizassem o nosso País estaria organizado. É muito difícil que um Presidente organize, lá de Brasília para as extremidades, de maneira satisfatória para todos. Por quê? Porque ele está muito longe. É como numa empresa, é mais difícil para o Presidente saber de cada detalhe. Mas, vejam bem – como sou da área de biologia - o coração tem uma função, que é importante; o estômago tem outra função, que é importante; o fígado idem, e assim por diante. Cada órgão tem uma função, mas o organismo não funciona se algum órgão estraga. Então, todos são importantes.

Quando terminei as minhas funções na Direção do Colégio Infante D. Henrique, morei três anos, como emigrante, nos Estados Unidos, e quando voltei queria publicar um livro de poesias. A Editora Sulina me pediu um livro sobre administração de escola. Nesse livro, eu coloquei que é tão importante, numa escola, tanto a diretora ou o diretor, como o servente, porque no dia em que falta o servente, a escola fica suja, e todo mundo vê. Quero dar parabéns à irmã pela limpeza dessa escola.

Quero fazer, aos Vereadores, uma solicitação, porque a Câmara existe para fiscalizar as leis, mas as nossas escolas públicas estão numa situação que se deseja que mude o quanto antes, porque estão muito sujas, muito desadequadas. Isto não quer dizer ditadura, quer dizer organização. Sou produto de uma ditadura, me criei numa ditadura e, sinceramente, nunca me senti tolhida em nada. Vou até declarar o que já declarei outras vezes: uma vez ajudei, durante a ditadura, e ninguém me prendeu, o arquiteto que projetou o Colégio Júlio de Castilhos, a fugir para o Uruguai, porque ele era comunista, o Demétrio Ribeiro.

Então, sou capaz de crer em diversos pontos de vista, em diversas filosofias. Todas são necessárias, mas o mais importante é que temos de viver agregadamente, organizadamente e respeitando as diferenças; tendo ou não nome de ditadura, temos de viver respeitando a liberdade de cada um. Quero declarar que nem na época da ditadura houve tanta aula de ditadura como atualmente. Vereador, estou muito preocupada. Gosto das pessoas, não sou de partido nenhum, mas as pessoas devem saber quando e como parar, porque, senão, a sociedade fica prejudicada.

O nosso Bairro deve-se organizar, porque é a célula da sociedade, o mais antigo; a nossa igreja gótica, maravilhosa, se foi, mas existe a atual, e o Bispo D. Vicente Scherer, na época, defendeu a idéia de que seria a primeira igreja, daqui, inserida num prédio, e ninguém mais falou. Naquela época a Associação estava começando, com um grupo de moradores que jogava futebol na, hoje, Praça Estado de Israel, que era um campinho, e nos intervalos os moradores conversavam sobre, a luz, o esgoto, isto e aquilo, os problemas do Bairro, e a Associação surgiu assim.

Em 1990, fui convidada para ser presidenta. Já havia sido convidada e não havia aceitado, mas, jovens, precisamos assumir nossas responsabilidades, e o grupo me convenceu de que deveria-me candidatar, porque queria fundar uma biblioteca comunitária, como vi muito nos Estados Unidos. O que precisamos, no Brasil, é de cultura e educação, com disciplina, e saber administrar. Isto nós precisamos aprender.

Vejam bem, há trinta anos, chegando nos Estados Unidos, visitando uma escola, os professores americanos perguntaram: “Professora, no seu País tem uniforme?” Eu disse: “Tem.” “Ah, porque uniforme é uma coisa muito importante; quando acabaram com o uniforme aqui acabou a disciplina.” Isso, nos Estados Unidos. Quando voltei, três anos depois, chegando aqui, não havia mais uniforme. O brasileiro copia coisas que não deve copiar, e o que deve copiar, não copia. O brasileiro vai para o estrangeiro como turista e só vê o que é bonitinho, não vê os defeitos.

Vi, nos Estados Unidos, escolas públicas em que surravam as crianças e, aqui, nunca tinha ouvido falar que em escolas se surrassem crianças. Vejam que defeitos e qualidades existem em todos os lugares. Temos de ter em mente as qualidades e as coisas boas.

O primeiro avião que levantou vôo em Porto Alegre foi aqui, no Menino Deus, pilotado por um italiano. Levantou vôo aqui da Secretaria da Agricultura, onde havia o primeiro prado de corrida de cavalo, de cancha reta, aqui, no Menino Deus. A primeira exposição agropecuária internacional aconteceu no Menino Deus. Determinados autores, equivocadamente, mencionam errado isto.

O ex-aluno, amigo, Ver. Jocelin Azambuja, nós conhecemos através de assuntos relacionados também com a comunidade. O Ver. Jocelin Azambuja é oriundo da Escola Ignácio Montanha. Tive muitos contatos, mas nunca lecionei na Ignácio Montanha. Lecionei no Colégio Protásio Alves e no Infante D. Henrique. O Ver. Jocelin, desde jovem, como presidente do grêmio, tem espírito de liderança, e quando as filhas estudavam, começou a ter contato e a se entrosar nos CPMs. Os CPMs são muito importantes para as escolas, principalmente as públicas, aliás, em todas as escolas os CPMs são importantes, porque os pais, a família deve estar junto com os professores.

Então, o Ver. Jocelin se preocupou e criou a Semana do Menino Deus. Lançou a idéia na Câmara de Vereadores, todos os Vereadores apoiaram, porque é uma bonita idéia, e o Prefeito, que é de outro Partido, que é do Menino Deus, sancionou, e hoje é lei: na primeira semana de outubro é a Semana do Menino Deus. Hoje, estamos praticamente fazendo um ensaio para, no ano que vem, fazer um trabalho bem maior e muito bonito. Em 1990, quando fui pela primeira vez Presidenta, fiz um estudo da história do Bairro, e o evento mais importante para o Bairro e para a Cidade, na época, era a Missa do Galo. A Missa do Natal, era rezada à meia-noite na Igreja Menino Deus. Desde 1990 estamos fazendo uma procissão motorizada, criada pela moradora Tereza Pavan e o Padre Tarciso de Nadal. Eu colaborei, solicitando que o nome fosse “Carreata de Natal”, e o Ver. Jocelin Azambuja apresentou na Câmara um projeto para que fosse tornada lei municipal a “Carreata de Natal”. Todos os Vereadores aprovaram e, hoje, a nossa “Carreata de Natal” é lei municipal. E vou dizer: estou solicitando a uma empresa grande que chegou no Bairro, o Zaffari, a dar apoio a uma empresa menor, que é a Pavan, e já conversei, dei uma cutucada no Praia de Belas Shopping. Queremos ver se, a partir deste ano, a nossa “Carreata de Natal” sai do Menino Deus pela Cidade. Para isto contamos com a colaboração de todos vocês.

Sobre o Bairro, acho que já foi bastante falado: os Vereadores já falaram, eu falei agora também. Quero agradecer a todos pela atenção, pelo carinho e declarar o carinho da nossa Associação por todos vocês. O nosso grande agradecimento e carinho especial à Escola Menino Deus, que está-nos recebendo, à Escola Euclides da Cunha, que está aqui presente, e que no ano passado participamos dos seus 60º aniversário. Ao irmos à Escola Euclides da Cunha, observamos a organização, o bonito que é a história da Escola Euclides da Cunha e que, infelizmente, não é muito divulgado. Quantas escolas temos aqui? No primeiro número do nosso jornal, falamos um pouco sobre cada escola do Governo, e nas particulares ficamos de falar.

O nosso jornal, criado com a “Carreata de Natal”, de 1990, tem quinze mil exemplares, doze páginas, e neste número destaca os 70 anos da Escola Menino Deus. Neste jornal todos têm lugar e espaço para publicar o que desejarem, relacionado ao nosso Bairro. Evidentemente que precisamos de patrocinadores, porque, senão, não conseguimos fazer, mas é o que temos. O jornal comunitário é a maneira de unir a comunidade. Jovens, vocês também devem publicar no jornal. Vocês são de um colégio muito bonito. Os poucos representantes que estão aqui, da Escola Menino Deus, podem contar conosco, estaremos à disposição para quando quiserem que nós venhamos aqui.

Trouxe, para dar para a Escola Menino Deus, dois livros. Um livro é do Grêmio Literário Castro Alves, entidade cultural do Bairro Menino Deus, da qual a Dra. Sílvia Benedetti já foi Presidenta durante seis vezes, eu estou Presidenta momentaneamente, para colaborar, e estamos tentando ampliar o Grêmio Literário Castro Alves e criar um grupo jovem.

O meu neto, que não pôde estar aqui hoje, como aluno da Escola Presidente Roosevelt, com doze anos, escreveu duas novelas. Era para ser uma redação, mas ficou tão grande que se transformou em duas novelas. Uma se passa na Itália, no fim do século passado, e outra atualmente, numa escola de São Paulo. É ilustrado, é interessante. Não é por ser do meu neto, porque estimulo todos que posso estimular e, como diz a religião, “ama o teu próximo como a ti mesmo”, não poderia amar os outros jovens se não amasse os jovens da minha família. O meu neto tem, atualmente, dezenove anos; está na Faculdade fazendo Curso de Física. Oriundo de todo ensino fundamental do Presidente Roosevelt, posteriormente da Escola Leonardo Da Vinci, sem cursinho passou, com o primeiro lugar, na UFRGS. Vai lançar, no ano que vem, um romance policial que se passa em Porto Alegre, em meados do século passado. Já está pronto e as editoras estão lendo. Este livro eu trouxe para dar para a Biblioteca da Escola do Menino Deus, para estimular os jovens. (Palmas.)

Estou doando, também, os mesmos dois livros para a Biblioteca da Câmara de Vereadores, para que fique registrada alguma coisa, aqui do Bairro Menino Deus, na Biblioteca da Câmara. (Palmas.)

Queremos aproveitar para dizer aos jovens que estão aqui - é claro que nem todos gostam de escrever, mas podem convidar outros a participar - que a Câmara de Vereadores está criando, pela primeira vez, o Concurso de Poesia e Monografia Glênio Peres, sobre Porto Alegre. Estou entregando, para a Irmã, uma cópia do regulamento. Já entreguei à Diretora da Escola Euclides da Cunha, na semana passada e, quem sabe, destas escolas sairão os vencedores, porque isto é muito importante. Neste livrinho que tenho aqui há um poema de minha autoria chamado “Criação”. Sou Bióloga, mas entrei por acaso num concurso, em 1991, não era mais jovem, e ganhei uma viagem para a Europa. Vejam como o concurso é importante e temos de participar.

Quero estimular não somente os jovens, mas também os professores presentes. O concurso da Câmara não tem limite de idade, para que participem. É o Concurso de Poesia e Monografia Glênio Peres, pela primeira vez realizado pela Câmara de Vereadores. Lamento apenas que não tenhamos conseguido trazer pessoas de todas as escolas, e isto, Vereadores, é algo que faz parte também do trabalho dos Vereadores e dos Deputados, ver como as escolas funcionam, tanto do Município quanto do Estado, e que é preciso corrigir na nossa educação e na nossa cultura. Democracia participativa é perguntar o que é necessário.

Peço cinco minutos mais apenas. Houve aquela briga do sambódromo, da pista de eventos, o Bairro se uniu. Estamos com outro processo hoje. Por quê? Porque agora querem colocar na outra ponta do Parque Marinha do Brasil, e não pode, porque ali é área verde, e área verde é oxigênio - não sei se há professora de Ciências aqui - e sem oxigênio não pode haver vida, e se não pode haver vida, não pode haver pista de eventos. Ajudem-nos a defender o Menino Deus! Os Vereadores devem observar muito outra coisa, antes de trazerem qualquer coisa para o Bairro.

O Ver. Carlos Alberto Garcia nos ajudou bastante, mas não adiantou, estamos com um problemão no Bairro. Quer queira, quer não queira – já o disse diretamente para a criatura - o Professor Pacheco, como administrador – digo aqui e já disse a ele na Feira do Livro - é um incompetente, porque ele não poderia ter desativado a creche dos filhos dos funcionários do IPE e trazido para aquele lugar, um Instituto da FEBEM. Uma senhora velha foi derrubada na Marcílio Dias, ficou com oito machucaduras, tiraram seus documentos e tiraram o dinheiro que a idosa tinha ido receber. Quem? Os meninos, os “riquinhos” da FEBEM. Acontece que ali não vão recuperar os jovens, não é o local apropriado.

Pasmem: fiquei sabendo esta semana, quando me perguntaram se era verdade - e não sei se é verdade - que querem colocar uma FEBEM na frente da Escola Wiliam Schisler. É certo isto? Estou pesquisando isto, porque estamos apavorados, o nosso bairro é um bairro classe média, que tenta-se organizar e as autoridades, as lideranças, em vez de nos ajudarem, não estão fazendo isto, o que é lamentável.

Agradecemos aos amigos que vieram aqui, aos interessados, que olharam um pouco para nós e estamos inteiramente à disposição de todos. É o único bairro classe média com Associação com sede própria, na Praça Rotary, na frente do Grêmio Náutico Gaúcho. A nossa biblioteca já possui dois mil livros classificados. As três bibliotecárias que fazem esse trabalho estão aqui, quero apresentá-las, porque é um trabalho feito por amor. (As bibliotecárias levantam-se.) (Palmas.)

Sexta-feira, portanto, amanhã, às 19 horas, na nossa sede, a Dra. Sílvia Benedetti estará organizando uma exposição de poesia ilustrada, técnica que está sendo incentivada bastante, É muito bonita. Às 19 horas será a abertura e convidamos a todos para estarem lá. Mais uma vez muito obrigada, fica o nosso carinho, o nosso afeto a todos os presentes e também àqueles que não puderam vir, como a Piano e Cia., a Escola de Música do Bairro. Em outra oportunidade daremos mais ênfase à criação da lei municipal de autoria do Ver. Jocelin, porque gostamos muito de todos os nossos líderes, especialmente daqueles que estão sempre conosco. Muito obrigada, um beijo a todos de nós todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

(A Sr. Alzira Dornelles Bán procede à entrega, ao Sr. Presidente, de exemplares dos livros: “Grêmio Literário Castro Alves – Edição Comemorativa dos 40 anos de fundação do GLCA”, organizado pela Sr. Sílvia Benedetti, e “Tempos & Costumes – Aurora da Vida” de autoria de Rafael Bán Jacobsen.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Em nome da Câmara Municipal, agradecemos pelas doações feitas a nossa Biblioteca, que vão enriquecer o patrimônio cultural da Câmara, que já tem 227 anos de existência. Agradecemos a todos pela presença, alunos, professores, amigos, Diretoria da ASSAMED, Srs. Vereadores, Diretoras dos Colégios Menino Deus e Euclides da Cunha, às bibliotecárias, à assessoria da Câmara, que deslocou-se para estas comemorações.

Pelo pronunciamento da Dona Alzira, diversos problemas foram por elas suscitados e isto quer dizer que a Sessão Solene foi também um contato com as comunidades, com as lideranças e onde a voz da comunidade aproveita e dialoga com os representantes do povo de Porto Alegre.

Convidamos, para finalizar esta Sessão Solene, a que todos, em pé, ouçam o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às l6h48min.)

 

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